Ontem, a empresa já havia conseguido estabilizar em 32 graus a inclinação do navio-plataforma. A embarcação, que está na Bacia de Campos, adernou domingo depois de uma pane no sistema elétrico.
O trabalho se estendeu por toda a noite. De acordo com a empresa, o mar está calmo, o que favorece o trabalho.
A operação de salvamento da embarcação foi iniciada nesta segunda-feira, quando sete técnicos da Petrobras subiram a bordo da plataforma e começaram a fechar as válvulas de isolamento dos tanques. À noite, a estatal divulgou uma nota informando que fora concluído o fechamento das válvulas. De acordo com a nota, funcionários estavam começando a conectar, a um tanque, uma tubulação que seria ligada a um rebocador. Nesse barco, será captada e bombeada a água do mar para um tanque da P-34, para que ela volte à sua posição normal.
O presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro), Fernando Carvalho, disse que 25 dos 76 petroleiros que estavam na plataforma se jogaram no mar e foram resgatados com vida. Pelo menos dois deles, Waldenir Siqueira e Moisés Cardoso, sofreram princípio de hipotermia e foram levados na noite de domingo ao Hospital Irmandade São João Batista, em Macaé. Os dois receberam alta na manhã desta segunda.
A pane no sistema elétrico, segundo os técnicos da estatal, fez com que a plataforma deixasse de gerar 24 volts, interrompendo o sistema operacional. Dessa forma, as válvulas de isolamento entre os 17 tanques se abriram e o óleo acumulou-se nos tanques do lado esquerdo, provocando o adernamento da P-34.
Com o auxílio de bombas, acionadas por uma fonte auxiliar de energia de um rebocador, os técnicos pretendem iniciar o bombeamento da água salgada para um dos tanques vazios, de modo a recuperar o equilíbrio do navio. A água será bombeada para um tanque de boreste (lado direito) da P-34.
A Petrobras ainda não sabe o que causou a pane elétrica que deixou a P-34 às escuras, nem o que causou a abertura das válvulas de isolamento dos tanques, que provocou o adernamento. Segundo o diretor-gerente para exploração e produção das regiões Sul e Sudeste da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga, em princípio um problema não tem qualquer relação com o outro.
Na opinião do diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio, Fernando Carvalho, a quantidade de óleo não seria suficiente para fazer o navio adernar em apenas meia hora. Ele não descarta a possibilidade de estar entrando água no interior do navio, o que poderia provocar um naufrágio:- A Petrobras não soube explicar tecnicamente por que as válvulas se abriram. A pane no sistema elétrico provoca no máximo a paralisação do sistema, e não a abertura de válvulas.
Engenheiros navais passaram o dia desta segunda numa unidade no Maracanã, estudando alternativas para reverter a inclinação da P-34. No computador, eles simularam, em maquetes eletrônicas, o resultado de vários testes. Uma das alternativas estudadas pelos técnicos foi justamente bombear água do mar para tanques da plataforma no lado contrário ao da inclinação. A Petrobras contratou nove técnicos holandeses para tentar salvar o navio. Dois deles já estão no país.
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