Patologias do Concreto
A Engenharia Civil é uma área em constante evolução, fazendo parte do conhecimento
humano desde os primórdios. Há milhares de anos o homem busca desenvolver materiais
que possuam características de elevada resistência, vida útil ampliada e que necessite da
menor manutenção possível.
Segundo Süssekind (1987), o concreto armado é um material viável e de grande
confiabilidade, sendo sua viabilidade garantida pelo trabalho conjunto do concreto e da
armadura que promove perfeita aderência entre estes materiais, pela semelhança entre os
coeficientes de dilatação térmica do aço e concreto e pela proteção química e física que o
concreto oferece para as armaduras. O concreto armado foi um dos materiais
desenvolvidos, sendo considerado um dos mais importantes e adequados para a Engenharia
Estrutural, superando alternativas viáveis, como madeira, aço ou alvenaria. O concreto é
um material de construção durável que requer menor manutenção do que estruturas de
outros materiais (ROMERO, 2007).
É crescente o número de pesquisas visando o
desenvolvimento da tecnologia do concreto e de novas técnicas construtivas, que
possibilitem maior praticidade de execução, aumento da resistência e vida útil, além da
redução de custos das estruturas (SANTOS, 2006).
As estruturas em concreto armado apresentam características relevantes de durabilidade e
resistência, sendo às vezes considerada uma estrutura eterna. Porém as estruturas de
concreto podem se deteriorar sob ação de cargas, efeitos térmicos, agentes químicos, entre
outros, ocasionando problemas que podem comprometer a utilização ou resistência da estrutura. É necessário prever nas fases de projeto e execução uma manutenção preventiva
da estrutura (SÁNCHEZ FILHO, 1998).
Conforme Romero (2007), reparo e reforço de
estruturas podem ser necessários devido ao envelhecimento natural, projeto inadequado,
influências ambientais e acidentes, aumento das exigências de segurança e mudanças no
tipo da utilização. A falta de manutenção ou o uso incorreto deste tipo de estrutura pode
acarretar em manifestações patológicas de intensidade e incidência significativa.
A preocupação com a qualidade e a incidência de patologias nas construções é bem antiga
(FORTES, 2000).
As principais razões para o surgimento de patologias são os erros de
projeto, erros de execução, danos causados por incêndio ou colisões, mudança do tipo de
utilização para a qual foi projetada, ou seja, acréscimo de carga na estrutura, entre outros
(SANTOS, 2006). A Tabela 1 apresenta as possíveis causas para o surgimento de
manifestações patológicas no concreto
A detecção de patologias nas estruturas de concreto proporciona uma preocupação, sendo
indispensável aplicação de técnicas para restauração ou incremento da capacidade portante
do elemento estrutural, ocasionando elevados custos e necessidade de aprimoramentos
destas técnicas. De acordo com Reis (1998), para as estruturas que necessitam de
reabilitação devem ser adotadas algumas medidas, tais como:
Restrição no uso ou diminuição da sobrecarga.
Redução da vida útil e indicação de controle periódico de um perito.
Modificação no sistema estrutural e/ou redistribuição dos esforços.
Demolição de pisos mais altos ou partes da construção.
Reforço/restauração de apoio ou elementos danificados.
Substituição de elementos fortemente danificados.
O uso de técnicas de recuperação e reforço implica na elaboração de um projeto de
reabilitação que consiste no diagnóstico do problema, viabilidade técnica e econômica,
definição da técnica a ser aplicada e os materiais a ser utilizados. Sendo de grande
importância que os materiais utilizados neste tipo de serviço possuam características
melhores do que da estrutura a ser recuperada.
Segundo consulta realizada no catálogo da ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas - o projeto de reforços no Brasil não possui normalizações. Além disto, os
serviços de reforço ocasionam elevado custo e mão-de-obra especializada.
Na Figura 1,
adaptada por Helene (1992), é representado o custo relativo da intervenção estrutural em
relação ao período de tempo, sendo as etapas construtivas e de uso divididas em quatro
períodos correspondentes a fase de projeto, execução, manutenção preventiva e
manutenção corretiva. O custo em cada etapa segue uma progressão geométrica de razão
cinco (SITTER, 1983).