Impossivel pensar em construção civil e não ter em mente a necessidade da utilização de formas para as estruturas de concreto armado.
Para a execução do concreto armado moldado ‘in loco’, é necessária a execução da forma onde será moldada a estrutura. Essas formas devem ter dimensões internas exatamente iguais às das peças projetadas.
Na maioria das vezes, as formas são feitas em madeira e executadas empiricamente, de acordo com a prática dos mestres-de-obras e superficialmente verificadas pelos construtores. Este fato pode ocasionar excesso de emprego de materiais em alguns casos e deficiência em outros.
Generalidades
As formas de concreto armado devem satisfazer aos requisitos de ordem geral enumeradas a seguir:
1 – Devem ser executadas rigorosamente de acordo com as dimensões indicadas no projeto e ter resistência necessária para não se deformarem sensivelmente sob a ação dos esforços que vão suportar, isto é, sob a ação conjunta do peso próprio, do peso e da pressão do concreto fresco, do peso das armaduras e das cargas acidentais. Nas peças de grande vão, devem ter a sobreelevação necessária (contraflecha) para compensar a deformação inevitável sob a ação das cargas.
2 – Devem ser praticamente estanques para que não haja perda de pasta (água e cimento). Assim, as tábuas devem ser bem alinhadas, para que se justaponham o melhor possível e a s fendas calafetadas.
3 – Devem ser construídas de forma que permita sua retirada com facilidade e sem choques. Para isso, o escoramento deve apoiar-se sobre cunhas ou dispositivos apropriados.
4 – Devem ser projetadas e executadas de modo que permitam o maior número de reutilizações das mesmas peças.
Precauções:
a) antes da concretagem, as formas devem ser limpas internamente;
b) antes do lançamento do concreto, as formas devem ser molhadas até a saturação para que não absorvam água necessária à pega do cimento;
c) a retirada das formas deve obedecer à ordem e aos prazos mínimos indicados a seguir, de acordo com as normas brasileiras:
Formas aplicadas em Prazo de retirada
usando-se Cimento Portland comum
Paredes, pilares e faces laterais de vigas 3 dias
Lajes até 10cm de espessura 7 dias
Lajes com mais de 10cm de espessura e faces 21 dias
inferiores de vigas com até 10m de vão
Arcos e faces inferiores de vigas de mais de 10m de vão 28 dias
Denominações usuais
As denominações dadas às peças empregadas na forma são variadas e dependem dos mestres e carpinteiros. Abaixo tem-se a denominação de algumas peças usadas nas formas:
Painéis – superfícies planas usados para pisos de lajes e faces de vigas, pilares, paredes e fundações;
Travessões – peças de suporte dos escoramentos dos painéis das lajes;
Guias – peças de suporte dos travessões. Apóiam-se nos pés-direitos;
Faces – painéis que formam os lados das formas das vigas;
Fundo das vigas – painéis que constituem a parte inferior das formas das vigas;
Materiais
O material usualmente empregado na execução de formas é a madeira. Para o madeiramento, provisório, é usado o pinho de terceira qualidade, uma madeira imprópria para carpintaria e marcenaria. Porém, para as formas de concreto armado devem ser recusadas as tábuas com excesso de nós, pois racham facilmente, dando baixo rendimento e só podem ser usadas uma vez.
Chapas compensadas revestidas com plásticos
O emprego de chapas de compensado plastificado, conhecido como madeirite ou wagnerite, é atualmente largamente usado para formas de concreto. Resistentes à água, lisas e práticas, apresentam diversas vantagens sobre o pinho. Sua superfície lisa permite melhor acabamento externo da peça concretada, além de possuir grandes dimensões, o que agiliza o serviço de execução e montagem e, por ser mais resistente, pode ser reutilizado mais vezes.
As chapas têm dimensões de 1,10m x 2,20m, com espessuras de 4, 5, 6, 8, 9, 10, 12 ,14, 17 e 20mm.
Formas para Lajes
As formas para lajes são formadas por tábuas de madeira ou chapas de compensado deitadas e justapostas apoiadas e pregadas sobre uma trama de pontaletes horizontais separados a cada 0,90 a 1,00m. estes se apóiam sobre novos pontaletes horizontais no sentido longitudinal com o mesmo espaçamento. O conjunto de pontaletes horizontais forma uma trama quadriculada sustentado por pontaletes verticais, que também são conhecidos como pés-direitos. Esse escoramento vertical pode ser feito por pontaletes em madeira, por hastes metálicas ou conjunto metálico chamado de cimbramento.
Na parte em contato entre o pontalete vertical e o piso são colocadas cunhas, peças prismáticas que têm o papel de forçar os pontaletes verticais para cima permitindo um bom ajuste e nivelamento do assoalho. As tábuas ou chapas que formam o assoalho devem estar bem juntas, não devendo existir folgas maiores que 5mm.
As folgas pequenas desaparecem quando o madeiramento é molhado antes da concretagem. Caso surjam folgas maiores, estas devem ser tapadas com raspas de madeira, papel, espuma expansiva ou outro material adequado.
Gravatas – peças que ligam os painéis das formas dos pilares, colunas e vigas, destinadas a reforçar essas formas para que resistam aos esforços no momento do lançamento do concreto;
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